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Obrigado, Felca.
Bem-vindos ao nosso giro semanal sobre liberdade!
Na mesma semana em que a Câmara aprovou um projeto que pode obrigar reconhecimento facial para acessar redes sociais, a Rede Globo anunciou a contratação de um novo reforço para o Fantástico: o youtuber Felca, conhecido por denunciar a “adultização precoce” na internet.

O timing é simbólico.
E revela muito mais do que parece à primeira vista.
O projeto: reconhecimento facial obrigatório
Aprovado na Comissão de Comunicação, o Projeto de Lei nº 2630/2020 — já apelidado de “PL das Fake News” — avança agora com um novo adendo gravíssimo: a obrigatoriedade de verificação biométrica para qualquer pessoa acessar redes sociais no Brasil.
Isso significa que, para usar Instagram, TikTok, X ou qualquer outra plataforma, será necessário fornecer seu rosto para cruzamento em bancos de dados oficiais.
Uma digitalização total da identidade.
Um controle absoluto da atividade online.
A justificativa?
— Combater perfis falsos.
— Reduzir o discurso de ódio.
— Proteger influenciadores, como Felca, de ataques virtuais.
Felca: de herói a símbolo do novo sistema

Felca ganhou notoriedade ao denunciar a erotização de adolescentes em redes sociais.
Mas sua ascensão rápida ao status de “porta-voz dos bons costumes digitais” logo foi instrumentalizada por setores da mídia tradicional e da classe política.
A narrativa construída em torno de sua “vitimização” serviu como justificativa emocional para novas propostas de controle sobre o ambiente digital.
Agora, sua contratação pela Globo para integrar o Fantástico, justamente o programa que mais atua como porta-voz da agenda institucional, não é coincidência. Comprova exatamente o que eu disse na época: Ele não está do lado do bem, e esse plano parece ter sido arquitetado.
É o fechamento do ciclo: da denúncia à legitimação do controle.
O problema vai além do Felca
Se trata de reconhecer como narrativas pessoais são usadas para pavimentar projetos autoritários.
Quando o Estado e grandes veículos utilizam histórias emocionais como catalisadores de leis de vigilância, a liberdade digital de milhões é colocada em risco.
A obrigatoriedade de reconhecimento facial não é uma proteção:
É a porta de entrada para um sistema de vigilância que elimina o anonimato, criminaliza a dissidência e transforma a internet em um território controlado.
Prepare-se. O jogo mudou.
Se essa proposta avançar, cada brasileiro terá que entregar seu rosto e, com ele, sua identidade, privacidade e liberdade de expressão, apenas para poder acessar a praça pública digital.
Hoje é o rosto.
Amanhã será o CPF vinculado à opinião.
Depois, o score de comportamento.
E tudo isso embasado em boas intenções, proteção e “responsabilidade digital”.
Lembra? É pelo bem das crianças.
Felca tornou-se o novo rosto da internet “segura”. Ele é um novo Felipe Neto, mais jovem, ainda com certa credibilidade.
Mas por trás dessas faces, cresce um sistema cada vez mais parecido com os modelos autoritários de controle digital, como o da China.
A Globo o promove como símbolo de um novo tempo.
O Congresso o utiliza como argumento para novas regras.
E o cidadão comum, mais uma vez, paga o preço com sua liberdade.
Obrigado, Felca.

Não confie no regime.
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