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O Julgamento de Bolsonaro e as Falsas Premissas
Bem-vindos ao nosso giro semanal sobre liberdade!
Começou o julgamento de Jair Bolsonaro, mais um episódio da interminável novela política brasileira.
O que está em jogo, oficialmente, é a responsabilização dele por supostos “atos antidemocráticos”.
Na prática, o que vemos é um grande teatro, com um tribunal que já decidiu seu veredito antes mesmo de ouvir as partes. O resultado importa menos que o espetáculo: é a encenação de que há justiça, quando, na verdade, só há poder.
Os tribunais seguem agindo como se o Brasil tivesse sido salvo de uma tentativa real de golpe militar.
Toda a sociedade, mídia, oposição, analistas e até o público comum, acabam aceitando, em maior ou menor grau, que esse é o enredo.
É aqui que mora o verdadeiro problema.
Não no julgamento em si, mas no universo mental que foi criado em torno dele.
Mesmo quem critica o processo, acaba se submetendo às regras do jogo.
A discussão é se Bolsonaro “passou dos limites”, se ele “incitou”, se ele “quis dar um golpe”.
Mas ao aceitar esses termos, você já perdeu.
Não se trata de defender um político. O objetivo deste artigo não tem a ver com Bolsonaro, quero que você entenda algo muito mais profundo:
A armadilha das falsas premissas.
Um mecanismo que Olavo de Carvalho passou a vida inteira denunciando e que agora está mais evidente do que nunca.
As Falsas Premissas
A esquerda não precisa vencer debates.
Ela só precisa fazer com que todos aceitem os termos do debate.
Ela cria o vocabulário, define os limites, escolhe as palavras e determina o que pode ou não ser discutido.
E todos os outros — inclusive a “oposição” — correm para responder, tentando parecer racionais dentro de um cenário que já foi manipulado.
É exatamente isso que estamos vendo agora.
Quando você entra na discussão sobre se houve ou não “tentativa de golpe”, você já aceitou que duvidar do sistema eleitoral é algo criminoso.
Quando você defende Bolsonaro dizendo que ele apenas “falou”, e não “agiu”, você está aceitando que o ato de falar é passível de punição.
O julgamento inteiro se sustenta sobre uma retórica fabricada.
E tudo que se constrói sobre uma premissa falsa — mesmo que pareça lógico — será falso.
Como dizia Olavo:
“A mais perfeita lógica, partindo de uma falsa premissa, só serve para afastar você da verdade com mais elegância.”
Este tema é de importância extrema.
Porque revela como a linguagem do inimigo se infiltra até nos que acham que estão resistindo.
O próprio MBL, que finge fazer oposição, aceita as premissas fabricadas pelo sistema e só tenta parecer um pouco mais moderado, mas é só mais uma peça no teatro.
A chamada “direita racional” não discute os fundamento. Só aceita o jogo e finge ter voz.
A consequência é essa que estamos vendo:
uma sociedade inteira comentando, criticando, defendendo ou atacando...
mas sempre dentro da farsa.
Como se livrar das falsas premissas?
A única saída é recusar jogar.
Não tentar vencer um debate onde o vocabulário, a pauta e o placar já foram definidos pelo seu inimigo.
Foi isso que Olavo chamou de guerra semântica.
Quando você usa as palavras deles, você entra no mundo deles — e dentro desse mundo, tudo que você disser será distorcido.
Romper com isso é parar de aceitar o que chamam de democracia quando não há liberdade.
É parar de fingir que há justiça quando não existe julgamento justo.
É parar de repetir as palavras deles esperando resultados diferentes.
É dar o nome correto às coisas.
Essa ruptura começa com pequenas recusas:
Parar de legitimar instituições que não te representam.
Deixar de depender de estruturas que te sabotam.
E principalmente, construir alternativas reais de vida, de sustento e de pensamento.
Fora da lógica da obediência. Fora da ilusão de que algum salvador vai emergir das urnas para te devolver aquilo que o sistema foi feito para tirar.
Pensar com a cabeça do inimigo
A pior forma de manipulação não é a censura declarada, mas a mentira absorvida.
Aquele momento em que você começa a pensar com os códigos do inimigo, sem perceber.
E é isso que está acontecendo hoje.
A oposição finge resistir, mas já aceitou o jogo.
A direita se adapta. A esquerda avança. E a verdade vai sendo apagada em nome da convivência civilizada.
Sair disso exige mais do que coragem. Exige lucidez.
A disposição de parecer radical, só porque você se recusa a viver dentro da mentira.
Porque no fim das contas, essa história não é sobre Bolsonaro.
Não é sobre o 8 de janeiro.
É sobre até onde você está disposto a ir para continuar sendo aceito por um sistema que já não tem mais nenhuma ligação com a verdade.
Se tudo ao seu redor estiver construído sobre uma mentira,
buscar a verdade já é, por si só, um ato revolucionário.
